terça-feira, outubro 17, 2006

Números da Internet na China: Online Gaming

De acordo com o China Internet Network Information Center, a população de usuários de Internet na China ultrapassou os 123 milhões no final do junho -- 63% destes tem acesso via banda-larga. Mais de 20 milhões de chineses costumam jogar online, e o comércio eletrônico via Internet aumentou 50% em relação ao ano passado.

Estimativas indicam que o faturamento da indústria de jogos online deve chegar a US$1.3 bilhão em 2009, representando um crescimento anual de 35%, segundo o IDC. Tal crescimento termina por beneficiar outros setores: jogos online geraram um incremento de 17.3 bilhões de iuanes (2.14 Bilhões de dólares) para indústria de telecomunicações, 7.1 bilhões de iuanes (887.5 milhões de dólares) para a indústria de Tecnologia da Informação, e 30 milhões de iuanes (3.7 milhões de dólares) para o mercado de publicações.

Diferentemente dos consumidores americanos -- que constumam pagar US$ 50 por um jogo -- jogadores na China, onde a pirataria ainda é norma, não estão dispostos a pagar muito pelos jogos. Sendo assim, desenvolvedores de jogos tem sido forçados a usar de muita criatividade para descobrir novas formas de faturar: segundo, Bill Bishop, CEO da empresa de desenvolvimento de Jogos Red Mushroom Studios, uma das áreas de faturamento da indústria que mais cresce na China é a da venda de equipamento virtual para personagens de jogos.

A sub-cultura de jogos online tem criado até novas profissões na China: em cidades como Liaozhong, coletar objetos virtuais para posterior revenda tem se tornado uma fonte de renda para muitos jovens. Estimativas conservadoras admitem que estes chamados gold-farmers movimentam clandestinamente um indústria de 200 milhões de dólares anuais.

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segunda-feira, outubro 16, 2006

Chinese e seus celulares: SMS

Os são onipresentes por toda China... nada de incomum (mas, às vezes, portados em situações até inusitadas)... os números, por outro lado, são astrônomicos: até 1997 existiam apenas 10 milhões de assinantes de telefonia celular... hoje são mais de 400 milhões. Mais impressionante ainda é o número de mensagens (SMS): só nos primeiros 10 meses de 2005 foram mais de 260 bilhões. As mensagens curtas são tão populares que sua demanda gerou um infinidade de negócios baseados em sistemas automáticos que respondem a mensagens enviadas por usuários via SMS: pode-se consultar listas telefônicas via SMS, fazer reservas em restaurantes por SMS e tantos outros.

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sábado, outubro 14, 2006

Vende-se o que se possa imaginar... mas não ligue agora!

Numa combinação de mão de obra barata e componentes eletrônicos à preço de banana, vemos na foto uma versão turbinada dos "homens-sanduíche": em pleno o XuJiaHui, o centro comercial mais movimentado de Shanghai, é muito comum vermos uns rapazes carregando nas costas uma maleta (provavelmente com um notebook dentro), acoplada a um monitor LCD de 17 pol... no monitor são exibidas "campanhas interativas"... alguns comercias de TV tradicionais, ou animações em Flash (que fazem muito sucesso por aqui!).

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China, Socialismo e Consumo

Com a abertura e o crescimento da economia, tem surgido uma nova classe social, inusitada para uma China comunista: a dos milionários. De acordo com uma pesquisa da Cap Gemini/Merrill Lynch, o número de milionários (em dólares americanos) na China já somam mais 230 mil. A grande maioria destes novos ricos escolhem Shanghai para acumular suas riquezas e gastar seu dinheiro. E estes novos ricos são consumidores exigentes: segundo Yang Qingshan, secretário-geral da Associação Chinesa para Estratégias de Branding, mais e mais chineses tem feito investimentos em commodities de luxo, como automóveis, relógios, roupas finas, acessórios e cosméticos.

Atrás destes novos ricos, vem uma porção de novos negócios até bem pouco tempo atrás inimagináveis no "Império do Centro": a feira dos milionários -- evento organizado pela revista Millionaire pela primeira vez em 2001 em Amsterdam -- após passar por países como França, Bélgica e Holanda, será realizada pela primeira vez num país asiático este ano, em Shanghai. Seus organizadores esperam que 10.000 visitantes compareçam ao evento.

Apesar da infra-estrutura ainda incipiente, o comércio eletrônico floresce abastecido de tantos clientes abastados: o número de empreendimentos online na china já passa dos 20 milhões.

As marcas de luxo do mundo todo tem sido atraídas por estes novos clientes: Dior, após abrir várias lojas na China que faturam anuamente 11 milhões de yuans -- algo em torno de 1.3 milhão de dólares--, recentemente lançou um Centro Dior em Shanghai, o terceiro no mundo após Paris e Tokyo, esperando ultrapassar a marca dos 15 milhões de yuans de faturamento anual.

O mercado de automóveis de luxo foi o primeiro a perceber potencial do mercado, e há anos já colhe frutos do seus investimento na Ásia: 3 das 4 unidades mais caras de carros fabricados pela Bentley no ano passado, cada uma custando mais de 8 milhões de yuans -- algo em torno de 1.07 milhão de dólares, foram comprados por bilionários chineses; 15% da venda anual de limousines da Rolls-Royce tem na Ásia seus compradores.

Apesar desta explosão na demanda, o cidadão comum chinês ainda mantêm o dinheiro em baixo do colchão: a poupança interna da China ultrapassa os 9 trilhões de yuans -- um pouco mais de 1 trilhão de dólares, representando mais de 45% do PIB chinês. Como comparação, a poupança interna brasileira gira em torno de 25% do PIB. A taxa do consumo em relação ao produto interno bruto da China não passa dos 50%, muito abaixo dos 80% da média mundial.

Ainda assim, o Governo Central Chinês não quer que seus camaradas descuidem e acaba de sancionar um sistema de taxas sobre artigos que luxo, visando conter a extravagância e promover os valores socialistas.

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China, Desenvolvimento e Meio Ambiente

Desde que começou sua abertura econômica, quando foram estabelecidos os primeiros planos plurianuais em 1979, a China vem se desenvolvendo de maneira inacreditável, com números do valor do produto interno bruto saltando de 44 bilhões de dólares para 1,6 trilhão de dólares em pouco mais de 20 anos.

Todo este crescimento é impulsionado por uma indústria de manufatura que tem devorado os recursos naturais do planeta de maneira alarmante: em 2004, a China -- o país com o 8° maior produto interno bruto -- consumiu da produção mundial: 8% do petróleo, 31% do carvão, 10% da eletricidade, 30% do minério de ferro, 30% do aço, 19% do alumínio, 20% do cobre e 40% do cimento.

Junte esta demanda a meios de produção ainda pouco eficientes (os setores de geração de energia, da indústria aço e química consomem 40% a mais de energia que os países desenvolvidos) e temos um dos países que mais poluem o mundo: segundo o Banco Mundial, 6 das 10 cidades mais poluídas do planeta estão na China.

A preocupação com a qualidade de vida dos cidaçãos, bem como a capacidade de continuar crescendo sustentadamente levou o Governo Central Chinês a modificar a macro-estratégia de desenvolvimento para os próximos cinco anos: iniciativas -- tantos estatais como privadas -- de criação de novos projetos ou zonas de desenvolvimento darão ênfase muito maior aos aspectos ambientais e de sustentabilidade. Setores como tecnologia de informação, financeiro e turismo passarão a ser estimulados e incentivos especiais serão criados para gerar investimentos em inovação tecnológica.

Como as mudanças geradas por tais políticas públicas não ocorrem do dia para noite, os moradores de grandes cidades como Shanghai ainda vão ter que conviver com os problemas gerados pela poluição por algum tempo: o céu constantemente encoberto por um nevoeiro tóxico, complicações respiratórias, olhos irritados, etc.

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Caligrafia Chinesa: Tipografia, Design e Ilustração

A caligrafia tem uma tradição muito antiga e respeitada na China, se perdendo no tempo e se confundindo com folclore: lendas atribuem sua invenção a um homem chamado Cang Jie, por volta do 2.600 a.C. Hoje, a caligrafia é símbolo de erudição e exerce uma profunda influência no Design chinês. Chego a acreditar que a caligrafia, com seu método de aprendizado que enfatiza a repetição/reprodução até a exaustão, chega a modelar a visão de mundo dos chineses, sobretudo dos artistas. Deixe-me explicar por que:

Recentemente participei do processo de seleção de alunos que receberiam bolsas para estudar no Raffles Design Institute, no qual tive que analisar o trabalho de mais 400 alunos chineses, vindos de academias de arte e escolas de segundo grau de Shanghai, bem como de outras províncias da China. O trabalho a ser analisado consistia basicamente em um exame de habilidades específicas, dividido em duas partes: DESENHO POR OBSERVAÇÃO e ILUSTRAÇÃO.

Na primeira parte, várias baterias de candidatos eram colocados diantes de uma sequência de slides de figuras populares (artistas de televisão, músicos, políticos, etc), objetos ou paisagens. Pedia-se que os candidatos desenhassem em sua folha-de-resposta -- dentro de um intervalo de apenas 5 minutos -- a imagem que estava diante deles! Na segunga parte, canditados deviam ilustrar -- novamente dentre de um intervalo de apenas 5 minutos -- diversos CONCEITOS ABSTRATOS, como FELICIDADE, REFLEXÃO, FLEXIBILIDADE.

Ao analisar os resultados, fiquei bastante impressionado com a qualidade, firmeza, velocidade e precisão dos desenhos que vi na primeira parte do teste. Minha primeira impressão é a grande maioria dos alunos eram ilustradores profissionais.

Ao passar para segunda parte, entretanto, fui surpreendido pela dificuldade que os conceitos foram ilustrados (inclusive pelos candidatos que antingidos bom resultados na primeira parte!): a grande maioria dos candidatos abordou os conceitos de forma muito superficial. Até o estilo de desenho mudava: candidatos que aparentavam ter um traço mais maduro, passaram a illustrar como crianças, usando figuras de pauzinhos.

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